quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Os seres chamados Deiwoi

(Déithe, Duwiau) existem e influenciam o mundo da experiência humana. A palavra Deiwos (dia, duw) é meramente alusiva, usada para designar seres que a mente humana não consegue compreender totalmente e a linguagem humana não é capaz de descrever perfeitamente. Esses seres são distintos uns dos outros, não aspectos de uma única entidade. Os Deiwoi não são onipotentes nem onipresentes, possuindo áreas de interesse particulares onde exercem sua força ou influência. Não estão isolados uns dos outros nem do mundo comum, porém são capazes de interagir uns com os outros e com outras classes de seres de formas variadas que vão da cooperação ao conflito e em circunstâncias que incluem, por exemplo, o convívio social humano e o meio-ambiente físico.
Nossos deuses manifestam-se na natureza. Eles não são manifestações dela, mas ela deles.
 Os deuses celtas não viviam em comunidade, num habitat coletivo do tipo do olimpo: eles dividiam entre si as grutas, os dolmens, os túmulos, as fontes, o interior das montanhas. O conjunto dessas moradas constitui o outro mundo, universo maravilhoso de felicidade e paz, que os irlandeses chamavam de sidhe. Aliás, os habitantes do sidhe não eram unicamente deuses e deusas. Todos os seres sobrenaturais faziam parte dele, inclusive os mortos. (...) Para os antigos celtas, os falecidos iriam encontrar, num mundo melhor, as pessoas divinas, equivalentes a anjos e espíritos.

Yann Brekilien, celtista da faculdade de Rennes

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