sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

# a segunda visão

aqui chega ao fim este circuito da jornada espiral, e o xamã
reconhece que isso é inevitável desde o início. ele completou o
primeiro ciclo e se prepara para prosseguir rumo ao segundo,
que repete o primeiro em muitos pontos, se bem que num
nível mais elevado de treinamento e com um grau mais
profundo de compreensão. este estágio da escada
corresponde a uma sólida assimilação da experiência. o xamã
ingressa num período de integração, onde o outro mundo e o
mundano se sobrepõem, perfeitamente alinhados. para o
observador externo, o xamã parece um indivíduo equilibrado,
normal - e essa é a prova final de que o desabrochar do xamã
está ocorrendo. o xamã possui um centro de equilíbrio, de onde
pode mediar a harmonia e a cura.
a conclusão da viagem de mael duin ao outro mundo exemplifica
perfeitamente a experiência da segunda percepção. ele retorna
de sua viagem como um homem transformado; o que teve
início como uma expedição vingativa se transforma numa sábia
aceitação do mundo. depois de encontrar 33 ilhas no outro
mundo, depois de viver seus perigos, desafios e lições,
mael duin é capaz de encontrar a cura do perdão.
um verdadeiro xamã é alguém que trabalha de tal forma
integrado à vida cotidiana que a "junta" não pode ser vista; a
prática xamânica não é perceptível porque é impecável.
quando atinge este estágio, o xamã sabe que jamais haverá um
fim para seu aprendizado, sua observação ou sua prática: a
manutenção é a arte da própria vida.

texto: john matthews xamanismo celta
música: relaxing sounds - zen - chinese bamboo flute with nature sound

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