esqueça aquele jeito antigo de tratar a meditação. nada de defini-la como
uma prática "alternativa" - isso é um conceito ultrapassado. hoje, ela tem o
respeito da ciência e frequenta hospitais, classificada agora como uma técnica
complementar ou integrativa, parceira valiosa para o tratamento médico em
várias áreas da saúde. no hospital israelita albert einstein, em são paulo,
meditar é uma das propostas oferecidas aos pacientes da oncologia,
paralelamente à medicação e aos procedimentos consagrados pela prática
médica.
"como ferramenta de saúde, a meditação convida o paciente a fazer sua parte
no tratamento, num gesto de autocuidado que é fundamental para complementar
a eficiência da tecnologia curativa do nosso tempo", afirma stephen little,
responsável pelo ensino da "redução de stress e autocuidado, com a prática
de atenção plena", na equipe de medicina integrativa, no centro de oncologia
e hematologia, liderada pelo dr. paulo de tarso lima, no einstein. stephen tem
formação em física, é budista ordenado e instrutor formado pelo programa
meditativo de atenção plena para pessoas com dor e stress, no breathworks
institute, em manchester, inglaterra.
a dobradinha ciência-meditação, no entanto, não é coisa de agora. "no
início do século passado surgiram os primeiros estudos sobre o efeito de
práticas contemplativas no funcionamento do cérebro", lembra a bióloga
elisa kozasa, também do instituto israelita de ensino e pesquisa albert
einstein. o interesse se intensificou a partir de 1970. foi quando o
dr. robert keith wallace, da universidade da califórnia, teve seu estudo
sobre meditação transcendental publicado na revista science, um dos
veículos mais importantes no mundo da ciência. wallace mostrou que o
estado meditativo tinha uma fisiologia distinta do estado de vigília comum
e que os praticantes, mesmo aqueles de um tempo curto, apresentavam
redução do consumo de oxigênio, um sinal de eficiência do organismo, da
frequência cardíaca, e alterações no padrão de ondas cerebrais, durante
a meditação.
texto: bons fluidos - cecilia reis
imagem: google imagens
Nenhum comentário:
Postar um comentário