segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

a lenda de taliesin






um jovem rapaz chamado gwion bach(gwion, o pequeno), deve cuidar de um caldeirão preparado pela deusa cerridwen. a beberagem que se destila em seu interior destina-se a seu filho, o tremendamente feio afagddu(escuridão profunda); quando bebida, a poção lhe conferiria todo o conhecimento, e a sabedoria para utilizá-lo.
porém, enquanto cerridwen está ausente, três gotas do líquido espirram do caldeirão e caem sobre o dedo de gwion. levando seu dedo à boca para aliviar a dor, ele recebe o conhecimento destinado a afagddu. esse conhecimento trás também o perigo: cerridwen, que por sua magia sabe o que ocorrera, vem no encalço de gwion, que foge na forma de diversos animais, aves e peixes. cada vez que ele se transforma num animal, cerridwen assume a forma de seu predador natural. por fim, após uma longa perseguição, gwion se transforma
num grão de trigo numa pilha de grãos, e cerridwen, na forma de uma galinha de crista vermelha, ingere o grão.
nove meses mais tarde, ela dá à luz um belo rapaz, o qual ela não consegue matar; lança-o então às águas do mar numa bolsa de couro. essa bolsa acaba parando na rede de pesca de gwyddno garanhir, onde é encontrada pelo azarado filho de gwyddno, elffin. ao abrir a bolsa, ele vislumbra o rosto brilhante da criança e exclama: "veja, que fronte radiante!" a criança então responde: "que taliesin seja meu nome!"(tal-iessin=fronte radiante). ele então se põe a proferir uma torrente extraordinária de poemas inspirados, proféticos de sabedoria, causados por ter ingerido a bebida da inspiração quando na forma de gwion. levado para a casa de elffin, ele se torna um famoso bardo e xamã, indo posteriormente prestar serviços à corte de arthur.
a natureza xamânica desta lenda, que disfarça um relato de iniciação e renascimento como as transformações em animais, é inquestionável.a própria iniciação transmite uma grande sabedoria, a qual é posteriormente materializada nos poemas atribuídos a taliesin. neles, vemos não somente a sua transformação em outras criaturas, como também seu relacionamento simbólico com toda a criação.
roland seitre


flamingo - marco

gregory colbert



2 comentários:

Gumer Paz disse...

Bomita historia acompañada de unas imagenes maravillosas. Especialmente la primera. Felicidades. Un abrazo :)

Maria disse...

Oi Gumer,
obrigado, como sempre muito gentil; gosto muito de fotografias, em qualquer língua a entenderemos sempre. e, xamanismo é meu atual aprendizado.
um abraço,
maria