sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Salgado, doce, amargo, picante, ácido. Cada sabor produz um efeito na alma.

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É preciso saborear a todo momento o gosto da vida, com todas as nuances e os matizes, e conhecer de fato os sabores para saber harmonizar. Fazer isso à mesa é um exercício básico. Geralmente nos prendemos mais ao doce e ao salgado, rejeitando o amargo(“De amarga basta a vida!”) e confundindo o ácido com o picante. Será que nossas emoções são também limitadas assim?”
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Doce é quase tudo o que a terra produz, daí a necessidade dos temperos. E o sabor doce estimula a nossa simpatia, a capacidade de reflexão, a postura bem centrada – ou, em excesso ou deficiência, a desconfiança, a obsessividade, o ciúme.
Salgado é o sabor do sal, que regula o equilíbrio da água no corpo. Está ligado à energia ancestral e à confiança na existência. Em excesso ou deficiência, gera ansiedade, paranoia, medo.
Amargo é o sabor da chicória, das folhas verde-escuras, do jiló, da carqueja e de vários chás. Estimula todos os órgãos e as vísceras, inclusive o coração, produzindo calor e aguçando a fala e a escuta. Em excesso ou deficiência, gera mágoa, sensibilidade negativa, tagarelice.
O ácido dos cítricos, do trevo, da azedinha, do vinho e de outros fermentados produz efeitos na alma, nos olhos, nos músculos, aumenta a criatividade, a paciência, a capacidade de visão. Em excesso ou deficiência, irrita e embaça o horizonte.
O picante do agrião, do alho, do gengibre e das sementes de coentro, mostarda, pimenta, entre outros, move a energia em todas as direções. Gera ritmo e vitalidade, mas, em excesso ou deficiência, dá em melancolia, desânimo.
Além disso, os sabores podem ainda ser sutis, moderados, fortes e tóxicos.
Sutis são os aromáticos, sobretudo das frutas. Variam entre o doce e o ácido, são difíceis de definir, mas não nos deixam confundir, por exemplo, laranja com tangerina.
Moderados são os que entram na  maior parte do que comemos: cereais, feijões, vegetais e hortaliças.
Fortes são os que complementam os moderados: alho, cebola, ervas, rabanetes, pimentões.
Tóxicos são os que podem ofender a saúde se não forem usados com prudência: vinagre, café, chocolate, defumados, salgados, açúcar, álcool, pimenta, pimentão, tabaco.
A sabedoria chinesa diz que nossa harmonia depende da mistura correta dos cinco sabores. Olho vivo: pode estar aí o grande equilíbrio da vida.
                    A jornalista e pesquisadora Sonia Hirsch é autora de livros sobre culinária natural, alimentação e saúde.
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