quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O fogo transformador e a ação correta

O urso demonstra enorme compaixão pela mulher
ao lhe permitir que arranque um dos seus pelos.
Ela desce correndo a montanha, realizando
todos os gestos, canções e louvores
que haviam surgido espontaneamente nela
durante a escalada. ela chega correndo
à curandeira, cheia de ansiedade. Ela poderia
ter dito, "olhe, consegui. Fiz o que a senhora
mandou. Resisti. Consegui." A velha curandeira,
que também é gentil, demora um pouco, permite
que a mulher saboreie seu feito e depois lança
ao fogo o pelo conquistado a duras penas.
A mulher fica perplexa. o que essa curandeira
louca fez? "Vá embora", diz a curandeira. "Pratique
o que aprendeu." Para o zen, o momento em que o
pelo é jogado ao fogo e a curandeira diz essas
palavras simples é considerado o momento da
verdadeira iluminação. Observem que a iluminação
não ocorre na montanha. Ela ocorre quando, com
a incineração do pelo do urso da meia-lua, a projeção
de uma cura mágica se desfaz. Todos nós enfrentamos
essa questão, pois todas nós esperamos que, se nos
esforçarmos muito e perseguirmos um objetivo sagrado
e elevado, chegaremos a algo, alguma substância, algo
material que de repente tornará tudo perfeito para
sempre.
No entanto, não é assim que funciona. Funciona exatamente
da forma descrita na história. Podemos deter todo o
conhecimento do universo, e ele se reduz a um ponto:
praticá-lo.
Clarissa Estés
Imagem Katerina Plotnikova

Nenhum comentário: