segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Quando as coisas não dão certo


Preciso confessar uma coisa: nem sempre tudo acontece como queremos. Sei que é difícil acreditar nisso, mas é verdade. Em qualquer situação, você precisa ter um plano para lidar com as coisas quando elas não aconteceram do modo como você queria.
Se você fizer algo diferente do que fazia e isso não der certo, a primeira coisa que vai acontecer será o retorno ao passado. Imediatamente, você vai pensar que não deveria ter feito aquilo, nem mesmo tentando; vai achar que foi tolo em acreditar que poderia fazer aquilo logo de cara e que deveria ter ouvido as pessoas que disseram que você não conseguiria...
Pare!
Você precisa analisar qual parte disso tudo é história e qual parte é fato. Embora a tendência seja misturar tudo, há uma diferença. Os fatos não podem ser discutidos, ou eles são ou não são. Simples, sem debate. A história é todo o restante, todas as opiniões sobre quem estava certo ou errado, quem sabia que você não deveria ter feito aquilo, quem avisou... Tenha isso em mente, escreva e coloque em prática. Quais são os fatos? O que realmente aconteceu? O que você quer?
Veja este exemplo: Matt, um jovem americano amigo meu, é ceramista. Ele estava trabalhando nos EUA quando ouviu falar sobre uma nova cerâmica nas montanhas da África do Sul. Entrou em contato com a dona do lugar e, depois de um tempo, conseguiu convencê-la a deixar que ele ficasse lá por seis meses. Ele fez as malas e foi, esperando encontrar uma grande e moderna construção, bem como um apartamento só para ele.
Ao chegar lá, descobriu que a cerâmica era um velho haras com equipamento antigo. O apartamento era o último estábulo do local, com uma parede separando o quarto da cozinha e um pequeno banheiro do lado de fora.
A roda que ele recebeu para fazer a cerâmica não estava bem balanceada; sempre que ele tentava fazer um pote, ficava torto. O apartamento tinha alguns "buracos" para ventilação, o que era ótimo para manter o ar fresco, mas os insetos sempre entravam; além disso, água quente era algo inexistente. Após alguns dias, ele estava num estado deplorável,  dizendo a todos que se interessavam em ouvir como era horrível a situação em que se encontrava.
Por fim, analisamos juntos a forma como ele vinha observando o passado/presente/futuro e imediatamente ele percebeu o que estava acontecendo. Ele tinha uma longa história para contar, mas os fatos eram simples: a cerâmica não era boa, não havia água quente e o apartamento ficava cheio de insetos.
Aos poucos, Matt foi adquirindo objetividade. em vez de ser guiado somente pelas emoções e simplesmente reagir à situação em que se encontrava, ele se perguntou: "O que eu quero?" Ele sabia que queria passar algum tempo vivendo e trabalhando em outro lugar para que pudesse crescer como pessoa e desenvolver suas habilidades. Sua visão era bem clara. A próxima pergunta  que fiz foi:
- Você ainda está comprometido com sua visão?
- Sim!
Ele se reergueu e mandou embora a preocupação. Estava pronto para agir.
- E agora? - perguntei.
Ele se levantou e, caminhando em direção à cerâmica, falou:
- Vou consertar a roda, arrumar alguém para ver a questão da água quente, fechar os buracos no apartamento e ir em frente.
Todos nós desmoronamos de vez em quando e, se há uma habilidade na vida que todos nós precisamos desenvolver é levantar a cabeça, sacudir a poeira e dar a volta por cima.
 
A.C. Ping - Não Viva Pela Metade

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