quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A alegria do ser


Para demonstrar como você se deixou dominar pelo tempo psicológico, experimente usar o critério de se perguntar se existe alegria, naturalidade e leveza no que você está fazendo. Se não existir, é porque o tempo está encobrindo o momento presente e a vida está sendo percebida como um encargo ou uma luta.
A ausência de alegria, naturalidade ou leveza no que estamos fazendo não significa, necessariamente, que precisemos mudar o que estamos fazendo. Talvez baste mudarmos o como. "Como" é sempre mais importante do que "o que". Verifique se você pode dar muito mais atenção ao fazer do que ao resultado desejado através do fazer. Dê a sua inteira atenção para o que quer que o momento apresente. Isso implica que você aceitou totalmente o que é, porque não se pode dar atenção completa a alguma coisa e, ao mesmo tempo, resistir a ela.
Ao respeitarmos o momento presente, toda a luta e a infelicidade se dissolvem e a vida começa a fluir com alegria e naturalidade. Ao agirmos com a consciência do momento presente, tudo o que fizermos virá com um sentido de qualidade, cuidado e amor, mesmo a mais simples ação.
Portanto, não se preocupe com o resultado da sua ação, basta dar atenção à ação em si. O resultado surgirá espontaneamente. Essa é uma valiosa prática espiritual. No Bhagavad Gita, um dos mais antigos e mais belos ensinamentos espirituais que existem, o desapego ao resultado da ação é chamado Karma Yoga. É descrito como o caminho da "ação santificada".
Ao fim dessa luta compulsiva contra o Agora, a alegria do Ser passa a fluir em tudo o que fazemos. No momento em que a nossa atenção se volta para o Agora, percebemos uma presença, uma serenidade, uma paz. Não dependemos mais do futuro para obtermos plenitude e satisfação, não o olhamos mais como salvação. Consequentemente, não estamos mais presos aos resultados. Nem o fracasso nem o sucesso têm o poder de alterar o estado interior do Ser. Você acabou de encontrar a vida sob a situação de vida.
Na ausência do tempo psicológico, o nosso sentido do eu interior provém do Ser, não do nosso passado pessoal. Assim, desaparece a necessidade psicológica de nos tornarmos uma outra pessoa diferente de quem já somos. No mundo, levando em conta a situação de vida, podemos nos tornar ricos, conhecidos, bem-sucedidos, livres disso ou daquilo, mas, na dimensão mais profunda do Ser, estamos completos e inteiros agora.

Eckhart Tolle

6 comentários:

ricardo alves / são paulo,brasil disse...

Estava precisando ler algo assim sabia...caiu como uma "luva da paz" em um momento desconectado!
Obrigado de coração e pergunto se posso repostar em meu blog...não entendi se o texto é teu ou do Eckhart...
lindo demais!

Maria disse...

Oi Ricardo,
é sempre bom te ter por aqui.
Obrigado a você por sempre ser tão gentil.
Quanto a repostar fica a vontade, este texto é do Eckhart Tolle.
Que bom que você gostou.

ricardo alves / são paulo,brasil disse...

vou postar sim...e deixarei o link de seu blog...namastê!

Maria disse...

Ricardo, você é um Ser especial. Pode ter certeza que esta tua Luz iluminou muito por cá.
Que bom.

Marisa Giglio disse...

Mary M , vim do blog do Ricardo , correndo , para conhecer seu espaço . Gostei bastante e sou sua mais nova companhia . Abraços

Maria disse...

Oi Marisa,
que bom te ter por aqui. Já estive no teu e também fiquei por lá.
abraços,